Contraste na paisagem urbana de Juazeiro indica crescimento de moradias periféricas

Assim como acontece nas grandes cidades, a paisagem de Juazeiro do Norte vem se transformando numa grande pintura de contrastes. Com as torres que se levantam logo na entrada, a dicotomia entre o desenvolvimento e o atraso da cidade ficam latentes, como numa metrópole. Com 270.383 habitantes, já soa clichê falar sobre o crescimento da 100ª cidade mais populosa do Brasil e a 3ª no estado, o que se deve discutir agora é como a cidade deverá reagir ao acolher os novos moradores que veem aqui uma nova chance, um oásis no meio do sertão da crise. A imagem acima, por exemplo, foi feita no bairro Antônio Vieira, região da cidade onde a mescla entre periferia e casas nobres é latente. No horizonte, o símbolo do desenvolvimento econômico juazeirense; as três imponentes torres do edifício Unique, que inclusive é retratado na marca da atual gestão municipal. Segundo o IBGE, em 2015 o salário médio pago em Juazeiro era de 1,8 para cada trabalhador formal, a cidade tinha 20,3% do pessoal empregado à esta época, índice que, por tendência, deverá se mostrar mais elevado na próxima amostragem. Apesar da crescente paisagem urbana com a presença explícita do crescimento da Construção Civil, a cidade que cujo turismo religioso já não representa mais principal atividade econômica ainda patina no antigo problema do saneamento básico. Apenas 47.2% dos domicílios apresenta esgotamento sanitário adequado. Casas co calçada, bueiros de esgotamento e pavimentação adequada representam apenas 11.6% dos domicílios urbanos. Quando comparado com os outros municípios do estado, fica na posição 14 de 184, 99 de 184 e 22 de 184, respectivamente. Já quando comparado a outras cidades do Brasil, Juazeiro é o número 2360 de 5570, 1530 de 5570 e 2618 de 5570, respectivamente. Com o avanço dos novos empreendimentos imobiliários, portanto, vê-se uma cidade enveredando para os moldes das capitais, onde o contraste da paisagem urbana indica o crescimento das moradias periféricas, alimentando a especulação em determinados bairros da cidade. Por Felipe Azevedo/Agência Miséria